Vamos desenvolver esse texto a partir de uma citação de Yuval Noah Harari do livro HOMO DEUS:
“Em 1985, a Coreia do Sul era um país relativamente pobre, ligado a tradições rígidas e governado por um regime totalitário. Hoje a Coreia do Sul é uma das principais potências econômicas, com um alto nível de instrução (…) Contudo, em 1985 cerca de nove em cada 100 mil sul-coreanos se mataram; atualmente a taxa anual de suicídio é de 36 em cada 100 mil”. (Pag.46.)
Quatro vezes mais suicídios nos tempos modernos.
Ultimamente, o ser humano tem-se voltado para o ter e o prazer a qualquer custo. Não importa mais a vida do outro e do planeta.
Assim, as pessoas são estrategicamente moldadas para um consumismo compulsivo, com esperanças de encontrar a felicidade que não vem na embalagem de bens materiais ou serviços oferecidos.
Além disso, muitos, não vislumbrando nenhuma possibilidade de felicidade, entram num profundo vazio existencial e buscam intuitivamente na morte, o tesouro da felicidade que não encontraram nessa vida terrena.
O propósito por trás dos acontecimentos
As massas são moldadas e conduzidas, desde a concepção, educação e formação ideológica, para a formação de seres acéfalos, carentes do conjunto de valores que possibilitem a felicidade.
Não raro, defendem e brigam por coisas que nem sabem porque estão brigando.
Travam, muitas vezes, lutas ferrenhas com amigos e familiares sem possibilidade de diálogo, pois, o que defendem, carece de fundamentos para que aconteça uma conversa.
Deste modo, o espírito do amor, da solidariedade, da honestidade, da ética, do respeito aos limites e da vida dentro do ecossistema em que vivemos, tornou-se desprezível.
Portanto, o que vale é ter bens e sentir prazer, mesmo que os outros e o planeta estejam agonizando. Em função dessa mentalidade, vivemos numa corrida alucinada atrás da felicidade onde nunca a encontraremos.
Quem sabe a natureza, através de um vírus, nos colocou prostrados diante de nós mesmos para que tivéssemos tempo para olhar para dentro e vermos quem somos e qual o sentido de nossa existência?
Por fim, tenho muita esperança de que essa grave crise pela qual estamos passando nos possibilite o encontro conosco mesmos, com os nossos semelhantes e com a verdadeira vida que ainda pulsa dentro de nós e no planeta Terra.
Com isso, resgataremos nossa razão de ser, de vivermos como seres humanos e não mais como um mero CPF, um número que nos identifica como máquina que precisa produzir lucros para si e para os outros.
Finalmente, haverá espaço para enriquecer nosso espírito e encontrar a tão sonhada felicidade.