Muitos têm dificuldade de terminar o que começam ou deixam para começar na última hora do prazo determinado.
Todos sabemos o quanto é bom e agradável concluir compromissos assumidos. Também sabemos o sofrimento de quando estamos com pendências, com coisas inacabadas e com o prazo já vencido. Isso nos traz muito mal-estar, insônia, culpa e, às vezes, até dores físicas.
Há quem diga que isso seja preguiça, má vontade, irresponsabilidade e tantas outras acusações.
Mas, que força é essa que impede as pessoas de fazerem aquilo que gostariam de fazer?
Em nossas pesquisas, estudos e atendimentos clínicos, constatamos diversas razões que levam à procrastinação.
Não raro, o indivíduo, em sua estruturação de personalidade, esforçou-se muito para alcançar um determinado resultado e, quando o alcançou, pode ter sido muito desvalorizado e/ou sofrido humilhações. Assim, ele acabou registrando em sua mente que, concluir algo é frustrante e, por isso, não encontra motivação nem vontade para terminar algo, pois teme acabar em nova frustração.
Outra razão é a pessoa ter sido, por muitas vezes, chamada de “burra”, que não dá conta de nada, que é incapaz, que nunca vai conseguir o que quer. Isso faz com que ela se identifique com o que foi dito, sentindo-se desse modo, e acaba não acreditando em si mesma.
Em alguns casos, fechar ciclos passa a representar um risco em função de programações de vida intrauterina em que a mãe teve medo do parto, e, pior ainda, se o parto do cidadão foi realmente difícil e de risco.
O subconsciente, que padroniza e generaliza tudo, faz uma associação com essa dificuldade e àquilo que se assemelha com o final da gestação, com um fim de ciclo muito difícil, tende a “proteger” o indivíduo do risco de um fim complicado, e “livrando-o” de um novo “perigo” ao fechar um novo “ciclo”: daí a procrastinação.
Essas são algumas razões, mas podem surgir outras programações que levam a pessoa a procrastinar. O certo é que, quem procrastina sistematicamente, tem uma programação mental subconsciente que a impede de concluir, não é decisão da própria pessoa.
O que fazer para acabar com a procrastinação?
Caso a procrastinação aconteça por questões mais superficiais e passageiras, como por stress, cansaço ou um certo comodismo, uma dose de boa vontade, determinação e disciplina, resolvem a questão.
Por outro lado, se for em decorrência de programações mais profundas, como as descritas acima, então é importante, por meio do processo terapêutico, localizar a causa das dificuldades que bloqueiam a pessoa.
Para a partir daí, reprogramar seu subconsciente, liberando-a de certos “ganhos secundários” que a levam à inercia diante de fechamentos de ciclos ou conclusão de compromissos.
Para finalizar, é sempre importante compreender os processos mentais de cada um, sem taxá-lo como culpado, preguiçoso ou presumir que esteja de má vontade.
Texto de Vilson Stolf