O assunto pode ser, para alguns, um tanto polêmico, mas acho importante refletir sobre o tema. E, o que escrevo aqui, não é para mudar a fé, nem a crença de ninguém.
Quem sou eu para interferir numa vivência tão importante para cada um?!
Mas, o que podemos dizer com segurança, hoje, é que as Religiões são muitas, mas Espiritualidade, é uma só, é única e não, necessariamente, interdependente.
Religião é um caminho para a espiritualidade, para conectar-se com a grande fonte, o Criador, o Deus de cada crença, de cada religião e, para muitos, é inconcebível viver a espiritualidade sem que seja por meio da religião.
Jamais temos o direito de contestar ou criticar aqueles que se sentem amparados e fortalecidos por vivenciarem a espiritualidade através de alguma religião.
Ao contrário, devem ser estimulados a ter ainda mais fé e serem ainda mais assíduos em sua doutrina, pois, para estas pessoas, é um caminho que faz com que desencadeiem processos psíquicos e alcancem os resultados que almejam.
No entanto, a espiritualidade pode e deve, antes de tudo, ser vivenciada e praticada no cotidiano.
Ou seja, através da forma como nos relacionamos conosco mesmos, como cuidamos do nosso corpo, respeitando e bem tratando esse que é a casa da essência do ser.
Afinal, não somos um corpo, mas nele habitamos por um certo tempo.
Do Restrito à Prática Diária
A essência do ser deve repousar em paz na matéria. E a paz, a tranquilidade e o bem-estar alicerçam-se no modo como nos relacionamos com as pessoas e com o planeta no qual vivemos.
Então, como nos relacionamos, primeiramente, com nossos familiares? Com a empregada, o porteiro, com os colegas de trabalho, na vivência social e na própria comunidade religiosa?
A Espiritualidade está em, essencialmente, ser bom e fazer o bem para si, para os outros e para com todos os seres que fazem parte do nosso planeta, da nossa casa.
Por outro lado, pode-se viver e praticar a religiosidade também no dia a dia, aonde quer que estejamos. Aliás, para quem é religioso, essa deveria ser uma regra e, nesse caso, potencializaria mutuamente a religiosidade e a espiritualidade.
Por fim, gostaria de dizer que religiosidade e espiritualidade são programações culturais milenares presentes em todas as culturas, de todos os lugares e de todos os tempos.
Como parafraseou Roberto Crema, reitor da UNIPAZ de Brasília, somos seres espirituais numa caminhada humana, e não humanos numa caminhada espiritual.
Texto de Vilson Rafael Stolf
Adaptação Marcela Salomão