Pois vou lhe contar a história e relacioná-la com a humanidade dos últimos tempos.
A flor de lótus é venerada em diversas religiões e filosofias, além de ser considerada sagrada em alguns países. É símbolo de pureza e do despertar espiritual.
O lótus nasce do lodo e floresce quando atinge a superfície da água. A flor é símbolo de pureza e de transcendência em relação a tudo o que é impuro nesse mundo. Ela nasce intocada pelo lodo.
Bem, nas últimas décadas, o ser humano parece ter se enveredado por caminhos tortuosos em relação ao humanismo, aos verdadeiros valores e à espiritualidade. Em grande parte, vivendo num lamaçal de ódio, agressões, disputas de poder; agredindo violentamente seus semelhantes – até mesmo no contexto familiar; destruindo, poluindo sem medida a própria casa e o planeta terra donde tudo emana.
A obsessão pelo ter e pelo prazer cegou a todos nós. E, se pararmos para olhar, desde a concepção, somos programados para uma luta, “salve-se quem puder”.
Desse modo, pouco a pouco, a vida perdeu o sentido: perdeu-se a essência do ser, da alma e dos verdadeiros valores. Nada mais importa nessa luta estúpida, que cega, mata e destrói de todas as maneiras a vida que se encontra no lado oposto a tudo isso.
Você resiste às transformações?
Nós mergulhamos num lodaçal tão fétido que culminou com a pandemia da Covid-19 que, creio eu, não veio por acaso. E é nesse lodo humano em que nos metemos, que estamos prostrados diante de nós mesmos, obrigados a olhar para dentro e perceber a escuridão do nosso mundo interior.
Mas, desse olhar para nosso mundo interior, acredito eu que surgirá um novo jardim de lindas flores, tão lindas como a de lótus, pois, quanto maior a crise, mais próxima está uma solução.
A situação nos leva a repensar a vida, a rever valores e perceber que a alegria de viver está no simples, no que de fato somos, sem máscaras atrás das quais escondíamos a pobreza de espirito em que vivíamos.
Enfim, estamos descobrindo valores que não percebíamos mais, como a força do amor no abraço, o sorriso escondido pela máscara de pano que não podemos ver mais; as confraternizações impossibilitadas, o curtir a vida, viajar com a família ou amigos e, até mesmo, a importância do emprego que tantos já não têm.
Podemos ter certeza de que, após esse caos, essas “flores” ressurgirão com muito vigor, com lindas cores e formas deslumbrantes, fortalecidas pelo humo da sabedoria humana.
Texto do Professor Vilson Stolf